O SALÃO

À entrada toca o sino,
Depois também uma corneta,
Há balões, e um dançarino,
Ainda um homem de jaqueta.

Tudo segue o seu caminho,
E parece ir a preceito,
Nem a água nem o vinho,
Nada aqui há de suspeito.

Só lá dentro a ilusão,
Quanta dor e sofrimento,
Amargura e escuridão,
Que tudo o resto leva o vento.

Ao poeta há que dizer,
Como o alegre ao coitadinho,
Tu nasceste para perder,
Mas não vais perder sozinho.