SONS

São sons,
Sons que se ouvem lá fora,
Que choram como os mártires,
Que lutam como soldados.

São sons,
Sons que vibram como cristais,
Que ensurdecem os demais,
Que cantam tons abafados.

São sons,
Sons de conversa acabada,
De música desafinada,
De letras já sem sentido.

São sons,
Sons de disco riscado,
Talvez de poeta castrado,
E de coração assaz dorido.